A Palmeira Juçara é uma árvore símbolo da Mata atlântica, do gênero Euterpe. Dela são extraídos os frutos, que possuem endocarpo, e deles se extraem a polpa, da qual fazemos o Açaí Juçara Barbacuá para vocês =). Além disso, as palmeiras também produzem o palmito. No entanto, sabemos que a extração do mesmo sacrifica a planta (mata), e esse foi o principal motivo que, há alguns anos atrás, levou-a a ser fortemente ameaçada a extinção. Felizmente, hoje vemos um movimento crescente de revitalização do bioma da Mata Atlantica, preservação e reinserção de palmeiras nativas. Mas sabemos que ainda temos muito trabalho de educação ambiental e responsabilidade social pela frente!
Para você ter uma ideia, a Juçara leva em torno de 10 a 15 anos para começar a produzir seus frutos, a depender de uma série de fatores, um dos principais é o sistema em que está inserida. Como ela vai em busca de luz, nos sistemas agroflorestais (SAF`s) por exemplo, quando consorciada com outras árvores de extratos menores, ela tende a frutificar mais rápido, isso porque não precisa crescer tanto, como em matas nativas fechadas onde as árvores são bastante grandes, além disso, consórcios com culturas como as bananeiras são excelentes para a nutrição, hidratação e proteção da planta.
O que a gente tem feito, é tentar mostrar para a população que uma palmeira Juçara vale muito mais em pé do que no chão, afinal, o corte de palmito é uma vez só né?! os frutos você colhe todo ano. Gera renda secundária para o agricultor, comida pras pessoas e pra melhorar, ainda podemos compartilhar com os animais da floresta sem retirar a sua árvore-mãe. Na verdade, eles que compartilham com a gente, não é mesmo?!
No último ano (safra de 2019) produzimos 9 toneladas de Açaí Juçara agroecológico, parte vinda do Sítio Agroecológico Barbacuá e outra fornecida pelas 10 famílias de agricultores familiares locais adeptos ao sistema de plantio orgânico e principalmente agroecológico que fazem parte do nosso CICLO.
Os frutos são processados na “Agroindústria familiar Barbacuá”, localizada em Praia Grande SC. E como já havíamos comentado no primeiro post aqui no blog, as sementes após o despolpe, ficam intactas, dessa forma podemos reinseri-las ao solo e contribuir para a revitalização do bioma da Mata atlântica, fechando um ciclo basicamente perfeito.
a lógica é simples, tirou colocou, certo?!
Na produção das polpas, prezamos muito pela qualidade sensorial e nutricional. Os frutos frescos são ricos principalmente em um pigmento arroxeado chamado antocianina. As antocianinas são compostos fenólicos da classe dos flavonóides com grande ação antioxidante, ou seja, auxiliam no combate aos radicais livres (aqueles compostos formados naturalmente pelo nosso corpo e também por outros agentes externos: como alimentação, estresse e etc). Elas estimulam sistemas de ação antioxidante que conseguem parar ou reduzir esse efeito dominó dos radicais livres, grandes responsáveis pelo surgimento de uma série de doenças, afinal, eles causam danos celulares.
Além disso, o Açaí Juçara também é rico em gorduras, principalmente gorduras BOAS, as monoinsaturadas (ômega-9) as quais são extremamente importantes para a saúde cardiovascular pois agem sobre o perfil lipídico e aumentam o colesterol bom HDL-c, protetor e tendem a reduzir o colesterol ruim (LDL). E nessa questão é importante trazer que a Juçara aumenta em 3,7% a mais o HLD-c que o Açaí do norte.
Portanto, consumir os frutos dela auxilia no processo de redução de inflamações e danos celulares, bem como, contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, e neoplásicas (câncer). Além de preservar o bioma da Mata Atlântica e fortalecer a agricultura familiar agroecológica.
Bora fazer parte desse CICLO?
Essa ilustração linda, foi feita por uma grande artista e amiga, Carol Lima, obrigada por mergulhar conosco nesse grande universo!
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